O número de pessoas mortas na repressão do governo sírio aos protestos da oposição chegou a 171 em três semanas (e 757 até o dia 10/05/2011), informa a Anistia Internacional.
Isso não parece ter sensibilizado a Al Jazira, que costuma ser louvada entre a militância antiamericana como uma TV realmente independente. A cobertura da emissora catariana sobre a violência síria é incomparavelmente menor e menos engajada do que a que acompanhou a queda de Hosni Mubarak no Egito, mostra o jornal libanês Daily Star. O motivo é óbvio: a Al Jazira sempre foi simpática ao ditador sírio, Bashar Assad, e a queda dele pode balançar outros regimes, como o saudita e o do Qatar, emirado que banca a emissora. “Uma vergonha”, resumiu o articulista do Daily Star.
Já falamos aqui no blog sobre a falsa imparcialidade da Al Jazira – na ocasião, tratava-se de sua omissão em relação ao Irã. Muitos de seus admiradores (que, na verdade, gostam de qualquer coisa que se proponha a “denunciar” EUA e Israel) retrucaram dizendo que ninguém é independente. É a velha estratégia de fazer equivalência moral entre elementos que não são equivalentes.
A CNN, citada no post como exemplo de que não existe mídia “independente”, não é financiada por governos; logo, é livre para escolher sua própria agenda. Já a Al Jazira é financiada pelo governo do Qatar; isso significa que sua agenda é ditada por esse governo, razão pela qual ela não é nem um pouco “independente”, embora se venda como tal – e um bocado de gente compre.
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