terça-feira, 10 de maio de 2011

Al-Jazira, objetividade e imparcialidade

A Al-Jazira é uma cadeia de televisão de língua árabe fundada no Qatar e amplamente assistida em todo o mundo árabe. O canal começou em 1996 como um projeto de estimação do emir do Qatar, xeque (e ditador que deu um golpe de Estado no próprio pai!) Hamad bin-Khalifa al-Thani, e ganhou destaque durante a guerra no Afeganistão, por causa de seus antigos contatos com os dirigentes do Talibã e com Osama bin Laden.

Divulgando uma variedade de pontos de vista, incluindo opiniões dos funcionários da administração Bush, a rede buscou criar a impressão de que é uma fonte de notícias objetiva para o mundo árabe. Na realidade, a Al-Jazeera tem ficado conhecida como canal de propaganda de visões extremistas no mundo árabe. Um intelectual muçulmano culpou a rede por incitar as massas árabes contra o Ocidente e por transformar bin Laden e seus asseclas em celebridades. "Há uma diferença entre dar oportunidade para que opiniões diferentes [sejam ouvidas] e colocar no ar assassinos armados para que divulguem suas idéias", disse o Dr. Abd Al-Hamid Al-Ansari, decano de Shar’ia e Direito na Universidade do Qatar. [Al-Raya (Qatar), 6 de janeiro de 2002]

Numa entrevista ao programa "60 Minutos", um correspondente da Al-Jazeera, ao se referir à cobertura de notícias do conflito, disse que os palestinos morrem como mártires. Quando Ed Bradley [o entrevistador] replicou que os israelenses os chamariam de terroristas, ele respondeu: "Esse é um problema dos israelenses. É um ponto de vista". Quando lhe perguntaram como eles descrevem os israelenses que são mortos por palestinos, a resposta foi: "Damos-lhes o nome certo: israelenses mortos por palestinos".

Bradley disse ainda que a cobertura da intifada pela Al-Jazeera foi responsável por incitar manifestações pró-palestinas por todo o Oriente Médio. [60 Minutes, "Inside Al-Jazeera", 10 de outubro de 2001]

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