terça-feira, 20 de setembro de 2011

Anti-semitismo árabe

"Os árabes não podem ser anti-semitas
porque eles mesmos são semitas"


O argumento de que anti-semitismo é também contra os árabes, também descendentes de Sem, não procede por ser falacioso.

Antes de qualquer coisa, deve-se ter em mente que 'semita' é um termo lingüístico, não racial.
Considerando a etimologia da palavra, anti-semitismo (ou antissemitismo) significaria, portanto, aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem - grupo que compreende os hebreus, os assírios, os arameus e os fenícios.

O termo "semita" foi cunhado pelo historiador alemão August Ludwig von Schlözer para se referir a família de línguas das quais o hebraico e línguas relacionadas, tal como o árabe, pertencem. O termo deriva do nome Sem (Shem no hebraico), filho mais velho de Noé e ancestral dos israelitas de acordo com a genealogia bíblica. Entretanto, já que de acordo com essa mesma genealogia vários povos falantes de línguas semíticas (tais como os cananitas) descendiam de Ham, e não de Sem, o termo "semita" não deveria ser entendido como étnico, só como lingüístico.

Já o termo 'anti-semita' foi cunhado na Alemanha em 1879 pelo escritor Wilhelm Marrih (Marr) - ele próprio um anti-semita - numa altura em que a ciência racial estava na moda no país, para se referir às manifestações antijudaicas da época e dar ao ódio aos judeus um nome que soasse mais científico, substituindo assim o termo usado até então - Judenhass ("ódio aos judeus").

O significado de 'anti-semitismo' foi aceito e compreendido como ódio aos judeus. Os dicionários definem o termo como: "Teoria, ação ou prática dirigida contra os judeus" e "hostilidade contra judeus como minoria religiosa ou racial, geralmente acompanhada de discriminação política, econômica e social".

O argumento de que os árabes, como semitas, não têm como ser anti-semitas é uma distorção semântica que ignora a realidade da discriminação e da hostilidade árabe contra os judeus. Na verdade, os árabes podem ser tão anti-semitas como qualquer outro povo.

Grande exemplo disso é que foram exatamente os árabes muçulmanos que se aliaram aos nazistas desde o início.

Notas:
Não se deve confundir árabes com muçulmanos, pois existem árabes (ou, nesses casos, arabizados) não-muçulmanos, como os coptas, maronitas etc. e muçulmanos não-arabes, como iranianos, indonésios, filipinos, indianos...

Também os egípcios, libaneses, sírios, iraquianos, marroquinos e argelinos (entre outros) não são etnicamente árabes*, apenas culturalmente - ou seja, arabizados. (Ver ARAB IMPERIALISM: THE TRAGEDY OF THE MIDDLE EAST)

árabes são os nativos da península Arábica - Arábia Saudita, Iemen, Kwait...


Existe discussão se os árabes são realmente "semitas" (apesar de o termo se referir a língua, e não etnia ou raça), sendo que muitos os consideram descendentes dos kushitas, mas falantes de um idioma semita - assim como os etíopes, que apesar de descenderem dos mesmos kushitas também falam uma lingua semita.

Outro ponto importante é que nem todos os judeus são 'racialmente' semitas. Judeus e Hebreus não são a mesma coisa. O judaísmo é uma religião, não uma etnia.
Os judeus europeus (asquenazes/ashquenazim) que, de acordo com números muito inflados, representam 3/4 da população judaica atual e pouco menos da metade da população judaica de Israel são um exemplo disso (alguns estudos, no entanto, indicam que a maioria dos judeus espalhados pelo mundo são genéticamente mais próximos de outros judeus do que de seus vizinhos não-judeus).

*Sobre os árabes e seu parentesco genético com judeus e outros povos semitas:
Estudos genéticos comprovam que judeus têm grande parentesco genético com sírios, libaneses (arameus e fenícios) e com assírios (população nativa do Iraque) e que têm relação bem menor e muito mais distante com os árabes. (Ver Jews Are The Genetic Brothers Of Palestinians, Syrians, And Lebanese)

Myths, Hypotheses and Facts - Origin and Identity of the Arabs

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Teorias Conspiratórias Muçulmanas

Por Ibrahim Raymond*


As teorias conspiratórias oriundas do mundo muçulmano diferem um pouco das que conhecemos. Apesar de algumas delas serem ocidentalizadas, a exemplo das que afirmam que Israel foi o responsável pelo ataques de 11/9 em Nova Iorque e da igreja copta no Egito, a maioria envolve aspectos psicosociais próprio das sociedades onde se originaram.


Um dos temas prediletos desses teorias conspiratorias são animais subversivos! Isto não é piada ou brincadeira, é real. Confiram os links.


- Irã prende pombos espionando usina nuclea: As forças de segurança iraniana prenderem dois pombos espiões israelenses perto da usina nuclear de Natanz. Os pombos possuiam alguns anéis e cordas invisíveis, sugerindo que de alguma forma poderiam ser equipamentos secretos de comunicação.”


- Israel usa ratos e porcos contra árabes de Jerusalém: De acordo com a Agênca de Notícias oficial da Autoridade Palestina – WAFA, Israel está “…usando ratos e porcos selvagens para forçar os palestinos a abandonarem suas casas. Notícias anteriores já davam conta que os israelenses usam esses animais como armas para retirar de suas casas os residentes árabes da Cidade Velha de Jerusalém.”


- Israel é responsável por ataques letais de tubarão e medusas no mar vermelho: Segundo o governador do Sul do Sinai, Mohamed Abdel, “O Mossad colocou [no mar] um tubarão e um número indeterminado de medusas fatais para reduzir o turismo no Egito. Isto não está fora de questão, mas precisa de tempo para ser confirmado pelos nossos serviços de segurança.”


- Arábia Saudita prende urubu e o acusa de ser parte de um complô sionista: De acordo com uma reportagem da BBC, o urubu possui placa metálica de identificação da Universidade de Tel Aviv [usado na verdade para estudar padrões de migração], mesmo assim, segundo autoridades sauditas “o pássaro poderá encontrar um castigo horrível de acordo com as leis do país se for comprovado que era um espião israelense.”


- Os judeus de Guátanamo usam bruxaria contra prisioneiros: Walid Muhammad Hajj, ex-detento de Guatánamo, em entrevista à al-Jazeera, quando perguntado sobre os métodos de ‘tortura’, disse: ”O método mais comum para desgastar os irmãos [muçulmanos presos] foi bruxaria …. Não vi nenhum, mas certamente havia judeus entre aqueles [funcionários da Base em Guantánamo], que montaram armadilhas para nós [os muçulmanos]…. Lembro-me de um incidente onde um irmão sentou ao meu lado numa manhã. Quando trouxeram o leite do nosso café, ele urinou no leite dele e eu, surpreso, lhe perguntei ‘por que estava urinando no leite. Foi quando soubemos que ele estava enfeitiçado. Depois de ler versículos do Corão ele foi se recuperando um pouco e me disse: “As aves do arame farpado falavam comigo, e me disseram para urinar no leite” …. Em outra ocasião, eu estava dormindo e de repente senti que um gato estava tentando me penetrar. Ele tentou me penetrar novamente e novamente. Eu recitei o versículo kursi [Corão 2:255] vários vezes até que o gato desapareceu.


Considerando que o Corão descreve as formigas e aves falaantes, que atesta o poder da magia e que tem um capítulo inteiro dedicado aos Gênios e Espíritos (Sura 72), isso acaba explicando porque o Hamas prendeu 150 “bruxas” na Faixa de Gaza no ano passado. E já que o profeta Muhammad decretou que cães negros deve morrer, pois eles são demônios”, existe uma “fatwa” (decreto religioso muçulmano) no mesmo estilo que determina que o Mickey Mouse (personagem de desenho da Walt Disney) deve ser morto, uma vez que o mesmo Muhammad, no Corão, afirma que os roedores são “corruptores, dirigido por Satanás”. Considerando tudo isso, não deve ser uma surpresa para ninguém que animais estejam sendo retratados como agentes infieis nos países árabes/islãmicos.


A surpresa são essas histórias estarem sendo divulgadas amplamente nos meios de comunicações árabes. É claro que teorias conspiratórias não são de origem exclusivo do mundo islâmico. O ocidente e o resto do mundo também possuem suas teorias malucas. No entanto, ao contrário do ocidente, a maioria das teorias conspiratórias islâmicas foram feitas e/ou divulgadas por “autoridades” - são exemplos os casos dos esquilos, pombos e urubus espiões (Irã e Autoridade Palestina), ratos e porcos sendo usado como arma (Autoridade Palestina), ataques letais de tubarão e medusas (Egito), as estorias de Walid divulgadas pela Al-Jazeera, etc…


Um exame atento dessas teorias nos revelam tendências patológicas que precisam ser reconhecidas, especialmente pelos líderes ocidentais que teimosamente interagem com o mundo muçulmano supondo que todos os muçulmanos “pensam como nós.”



* Ibrahim Raymond, diretor associado do Fórum do Oriente Médio, autor de A Al Qaeda Reader e professor convidado da National Defense Intelligence College.




Fonte

Hudson Org. – 26 de janeiro de 2011.

sábado, 23 de julho de 2011

Pallywood

http://thestupidleft.blogspot.com/


Para ver mais sobre Pallywood, incluindo vasto material que revela alguns de seus casos mais famosos, ver The Second Draft’s dossier.

Pallywood: História

Definição
O termo Pallywood (referência a Hollywood, a indústria cinematográfica americana) se refere às cenas armadas por ativistas/jornalistas “palestinos“ como forma de mostrar seu “povo“ como vítima infeliz da brutal agressão israelense. Eles obtêm grande sucesso nessa empreitada, em grande parte devido a credulidade e a ânsia da imprensa ocidental em apresentar essas imagens que reforçam a falsa imagem do David palestino que luta bravamente contra o violento e opressor Golias israelense. Pallywood foi responsável por grandes erros cometidos pela imprensa ocidental, onde cenas grotescamente mal armadas eram regularmente noticiadas como “eventos reais“.
Esse texto tenta explicar como tais falhas ocorreram, provocando a atual situação.

Principais fases da criação e crescimento de Pallywood

Líbano, 1982
Os sinais mais claros da criação de uma indústria ’palestina’ de propaganda em forma de notícias veio da invasão do Líbano em 1982. Lá, pela primeira vez, a mídia parece ter abraçado uma posição abertamente hostil a Israel, o que levou a um artigo amplamente discutido chamado “J’Accuse” (Commentary, Setembro 1983), de Norman Podhoretz, que acusou os principais jornalistas, jornais e canais de televisão americanos de anti-semitismo. A hostilidade foi caracterizada pelos seguintes incidentes:

- - Usando o irmão de Arafat – Fathi Arafat – chefe do Crescente Vermelho (versão islâmica da Cruz Vermelha), fontes palestinas afirmavam que a ofensiva isralense foi responsável por 10.000 mortos e 600.000 refugiados. Sem sequer confirmar quantos habitantes viviam no sul do Líbano na época (aprox. 300.000), a mídia repetiu constantemente esses números (pp. 300-301), até que estes foram amplamente aceitos como verdade.

- - Repórteres comparando o cerco israelense em Beirute com a dos nazistas em Warsóvia.
De todos os cercos de cidades durante períodos de guerra no séc. XX, seria praticamente impossível achar uma comparação mais imprópria. Ainda assim a analogia entre israelenses e nazistas parece ter tido um apelo irresistível entre alguns jornalistas. Entre os repórteres mais agressivos estava Peter Jennings. Para uma discussão sobre seu trabalho veja aqui e aqui.

- - O uso de imagens notadamente falsas por uma imprensa ansiosa em acreditar no pior sobre o exército de Israel – inclusive imagens de destruições resultantes da guerra civil entre ’palestinos’ e libaneses, bebês mortos que não estavam mortos e etc. (pp. 353-389).

- - Cobertura dos massacres de Sabra e Shatilla, que dava a entender que os soldados israelenses eram os responsáveis pelo ocorrido, e a recusa em informar o porque da milícia cristã Falange Vermelha – a responsável pelo massacre – buscar vingança contra os “palestinos“.
Todos já ouviram falar sobre Sabra e Shatilla, mas só recentemente as notícias sobre o que ocorreu/está ocorrendo em Darfur começaram a chegar.
A diferença entre a cobertura das centenas de mortes em Sabra e Shatilla e as centenas de milhares de mortos no mesmo ano em Hama, uma cidade no centro da Síria, ilustra bem a propensão da mídia em focar obsessivamente qualquer ato israelense, não interessando a responsabilidade de Israel no fato, e o poder de intimidação, a cumplicidade e seu silêncio com relação aos árabes (ver Friedman, From Beirut to Jerusalém, chap. 4

- - Uso de textos gritantes informando ao espectador que as notícias apresentadas tinham sido vistas por “censores militares israelenses“. Nenhuma indicação semelhante sobre o papel que a “autoridade palestina“ exercia sobre as imagens que saiam de territórios sobre o seu controle era vista. Para uma discussão sobre a diferença do tratamento dispensado pela mídia entre a censura militar israelense (legal) e a censura “palestina“, baseada em intimidação e violência, ver pp. 353-387.

- - Relutância da imprensa – principalmente dos repórteres residentes – em revelar a grande brutalidade da PLO no “Estado dentro do Estado“ no sul do Líbano (ver pp 219-278).

- - Dada a ânsia da imprensa ocidental em sempre noticiar o pior dos israelenses – ao mesmo tempo em que evita fazer o mesmo com qualquer fato que seja desfavorável aos “palestinos“ –, sua suscetibilidade para a intimidação, os assassinatos de jornalistas que desagradavam a PLO e os seus padrões notadamente inferiores quando em territórios árabes, fizeram com que os “palestinos“ entendessem que eles tinham na mídia ocidental baseada no Hotel Comodoro, um valioso aliado – “Chairman Yasser’s Best Battalion” (Chafets, Double Vision, chap. 6).

Envenenamento de meninas “palestinas“, Jenin, Março de 1983
Um anos após o ocorrido no Líbano, Israel se vê novamente no meio de uma extensa e premeditada fraude, na qual várias meninas de uma escola de ensino médio afirmam terem sido envenenadas pelos “sionistas”. A história acabou se tornando um escândalo internacional, onde os noticiários de cada país informam tal quantidade de detalhes, que esse conto acabou se assemelhando a uma versão de Rashoman. Porém, nenhum questionou a veracidade das acusações sobre o suposto envenenamento, nem se a culpa poderia ser atribuída aos israelenses. Só depois de uma prolongada investigação ficou provado que nenhuma das meninas tinha sido realmente envenenada, e que membros da PLO tinham encorajado e obrigado as meninas e os funcionários do hospital a cooperar com a farsa.

O elemento mais importante da história, de acordo com a perspectiva da cobertura da imprensa, revela as seguintes falhas:

- - A imprensa israelense tomou as acusações como verdadeiras, e só após o término das investigações que eles concluíram que as acusações eram falsas.
- - A imprensa “palestina“/árabe, sem esperar por nenhuma confirmação, usou as acusações para incitar ódio e medo de isralenses. Nenhuma das evidências que inocentavam os israelenses trouxe alguma mudança em sua cobertura.
- - A imprensa ocidental (a européia com muito mais agressividade que a americana) apresentou as acusações como prováveis – isso quando não as apresentava como verdadeiras –, e quando evidências sobre a armação foram emergindo, simplesmente deixaram de cobrir o incidente, deixando os israelenses entre a mentira e o silêncio (between libel and silence).
- - As acusações de envenenamento constituem o primeiro caso claro de Pallywood: atrocidades encenadas por ativistas “palestinos“, onde israelenses são mostrados como assassinos cruéis de pobres e inocentes árabes. E tudo isso com o apoio da imprensa – local e estrangeira.

A primeira intifada, 1987 – 1991(?)
Durante a primeira intifada, a mídia transformou os “territórios ocupados“ na “brutalidade israelense contra a heróica ’resistência palestina’“. Aqui, pela primeira vez, nós podemos ver a clara colaboração entre repórteres – que eram previamente informados sobre acontecimentos, ou que pagavam para que eles acontecessem – e os árabes.
Já Israel, seriamente afetado pela campanha de difamação perpetrada pelos “palestinos“ e disseminada pela mídia, e sem meios de conter a violência terrorista, às vezes se via obrigado a recorrer ao fechamento dos territórios para imprensa estrangeira. Essa última, geralmente confraternizando no American Colony Hotel, na parte oriental de Jerusalém, supria os jornalistas “palestinos“ com cameras e outros equipamentos, para que estes fizessem a cobertura por eles. Isso marca a primeira vez que palestinos, usando a equipamento ocidental, supriram com suas imagens encenadas as agências internacionais de notícias.
Para uma interessante análise do comportamento da mídia durante a primeira intifada, onde a narrativa ’David palestino contra Golias israelense’ se tornou dominante, ver Jim Lederman, Battle Lines.

- - Atualmente um número cada vez maior de sites/noticiários vem descrevendo e denunciando a manipulação da mídia pelos 'palestinos', e o forte bias anti-Israel de muitos na grande mídia do ocidente.

- - Recentemente um cineasta “palestino“, produtor do filme “Jenin, Jenin” admitiu a falsificação de cenas pra fazer os israelenses 'parecerem maus'.

- - Jeff Helmreich documentou um padrão de violações dos códigos do jornalismo profissional que domina a cobertura do conflito.

- - Em uma entrevista David Bedein (media analyst) afirmou que, nos últimos 20 anos, os “palestinos“ manobraram a mídia para moldar o conflito na opinião pública mundial melhor que os israelenses.

- - Josh Muravchik denunciou o péssimo trabalho da mídia ocidental na cobertura da intifada e a equivalência moral na cobertura jornalística que só dá apoio a sociedades autoritárias.

- - Stephanie Gutmann, afirma no “The Other War: Israelis, Palestinians and the Struggle for Media supremacy” que Israel tropeçou no campo de batalha das páginas de editoriais, telas de TV e na internet.

A segunda intifada (“Al Aqsa“), outubro de 2000 – 2004(?)
A explosão da segunda onda de violência “palestina“ contra Israel veio, ironicamente, após as negociações de paz nas quais, de acordo com as fontes mais críveis, os israelenses ofereceram a maior parte da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e toda a Faixa de Gaza (inclusive com o desmantelamento dos assentamentos) em troca do fim da guerra com os árabes. Por um breve momento, Barak e os israelenses até conseguiram atrair alguma simpatia da opinião pública, enquanto Arafat passava por um raro período de desaprovação frente à comunidade internacional. Mas assim que a violência eclodiu novamente, e Israel já poderia mais uma vez ser culpado por ela, especialmente com as imagens de Muhamed al Durah sendo mostradas por todas as TVs ao redor do mundo, a opinião se modificou drásticamente e decisivamente.

Talvez a melhor forma de compreender como Pallywood pôde obter tamanho sucesso é examinar o que ocorreu no dia 29 de setembro, o dia seguinte à visita de Ariel Sharon ao Monte do Templo/Haram al Sharif. Naquele dia, agências de notícias noticiavam violentos enfrentamentos entre o exército israelense e “palestinos“ enfurecidos com a visita de Sharon. A AP (Associated Press) publicou a fotografia de um jovem ensanguentado e ajoelhado em frente a um furioso israelense gritando enquanto segurava um cassetete.
Mas havia algo de errado. E não era necessário que nenhum expert afirmasse isso. Não existe nenhum posto de gasolina perto do Templo do Monte, assim, o local estava claramente errado. Mas os ’enganos’ excedem em muito apenas a mera localização, e um olhar mais atento sugere que o soldado israelense está gritando com alguém que está atrás do jovem ensanguentado, e não com ele. Na verdade, o homem ferido na foto não é um palestino, mas um judeu americano – estudante de um seminário religioso – que foi arrancado de seu carro por uma turba enfurecida de árabes, sendo depois espancado e apunhalado quase até a morte (levou meses se recuperando no hospital). Leia o testemunho do próprio Tuvia Grossman aqui.

Mas então o israelense não estava espancancando o rapaz, e sim o protegendo da violenta multidão. Entre muitos outros jornais, o New York Times, sem nem ao menos conferir quaisquer destes fatos, publicou a foto com a legenda errada. (para ver a vergonhosa atuação do NYT durante e após esse episódio, clique aqui)

Nada ilustra melhor o problema de expectativas que influenciam o que nós vemos e a forma como nós registramos isto: Os 'palestinos' são sempre as vítimas e os israelenses sempre os sempre os agressores.
O quadro ilustra bem o JP (Jihad Paradigm): “palestinos“ agressivos que iniciam a violência contra civis israelenses em Israel, e a moderação israelense (onde o policial sequer usa uma arma de fogo para se defender e proteger a vítima de uma multidão assassina).
Já a legenda descreve a fotografia, para que assim ela fique de acordo com o PCP (POLITICALLY CORRECT PARADIGM): israelenses agressivos atacam covardemente “palestino“ desarmado no ’terceiro lugar mais sagrado para o islam’ (e que vem a ser o mais sagrado para o judaísmo, mas que nunca é comentado).

Levou 4 longos dias para que o NYT reconhecesse o erro, identificando a vítima como ’Tuvia Grossman de Chicago’, e uma semana para que refizesse a história sobre o espancamento. Mas aí já era tarde demais, o dano já tinha sido feito. Não era apenas o PCP sendo confirmado, mas a imagem já tinha se transformado num emblema da vitimização dos “palestinos“. Apesar da retratação subseqüente, à partir daí, assim como foi com as venenosas acusações de 1983, as mídias árabes/palestinas e seus partidários no PCP2 (POLITICALLY CORRECT PARADIGM 2) continuaram usando a imagem como parte de sua narrativa de vítima dos “palestinos“. Até os dias de hoje, a foto de Tuvya adorna um cartaz que pede que todos boicotem a Coca Cola como meio de impedir os israelenses de matar mais palestinos como esse homem.

Com um enredo tão poderoso, que afeta (e transforma) a própria natureza das evidências que nos foram apresentadas pela MSM (Mainstream Media) durante a explosão da violência no outono de 2000, causa pouca (ou nenhuma) surpresa que no dia seguinte a mídia se apressou em apresentar outro pedaço de evidência já desqualificado que apoiava suu narrativa de PCP – O caso Muhamed al Durah.

Os motivos pelos quais é importante denunciar Pallywood
- - Pallywood distorce a opinião pública ocidental e do Oriente Médio
- - Agrava ainda mais a narrativa dominante da vítima inocente/agressor brutal, prolongando ainda mais o conflito
- - Perpetua a narrativa do Davi (“palestino“) contra o Golias (israelense)
- - Contribui para a demonização de Israel e o aumento do anti-semitismo
- - Uma MSM justa e confiável é essencial para uma sociedade civil saudável
- - Por causa de sua dramaticidade, Pallywood sofreu um processo de romantização no Ocidente, onde a “ resistência palestina“ é vista como heróica, e onde há uma eterna justificação e apologia dos métodos mais cruéis e desumanos para alcançar seus objetivos.

They’re beautiful, highly trained and deadly. They are the female suicide bombers.” Australia’s New Idea magazine, April 7, 2003.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Anti-sionistas, os "verdadeiros judeus"

E o roteiro já é conhecido: “não posso ser anti-semita já que os ‘verdadeiros judeus também são contra a criação do país antes da realização das profecias”.

Não deixa de ser engraçado que justo os que negam legitimidade ao Estado de Israel (um país onde aproximadamente 60% da população judaica é nativa do Oriente Médio) tragam uma pequena seita ultra-ortodoxa – formada por apenas algumas centenas de pessoas – criada no leste europeu como exemplo de “verdadeiro judaísmo”. Como se esses fossem capazes de distinguir o judaísmo de uma linguiça...

O sionismo é uma ideologia que defende que judeus têm direito à autodeterminação em seu próprio Estado soberano e uma parte de sua pátria histórica. Ele entende que os judeus são uma nação (nação, e não raça, como alguns anti-semitas/sionistas acusam) com religião, história e cultura em comum, e como tal têm direito à autodeterminação, como todas as outras nações.

Se opor ao sionismo significa a recusa em aceitar a sua manifestação política – Israel como uma entidade legítima. Assim, o anti-sionismo nega ao povo judeu o que é oferecido a todas as outras nações (com maior ênfase sobre os palestinos, que nunca foram um povo ou nação): o seu direito a nacionalidade, a autodeterminação e coexistência com os outros membros da família de nações.

- Neturei Karta, "os verdadeiros judeus"

- Neturei Karta, agentes pagos pelo inimigo

domingo, 15 de maio de 2011

Neturei Karta, "os verdadeiros judeus"

Por décadas, a comunidade judaica, com dificuldades, tolerou uma pequena e feroz seita anti-sionista, cujos membros viajavam pelo mundo, denunciando a existência de Israel e abraçando seus inimigos.

Porém, quando a delegação do Neturei Karta fez afagos no presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad na conferência que questionou o Holocausto em dezembro, isso foi demais.

Agora, o grupo ultra-ortodoxo está sendo proscrito em três continentes, são denunciados por rabinos, banidos das sinagogas e atormentados nas ruas.

"Eles trouxeram vergonha ao povo judeu", disse o rabino Shimon Weiss, o líder da Eida Haredit, um agrupamento guarda-chuva de anti-sionistas, judeus ultra-ortodoxos residentes em Israel. "Se eles vierem à sinagoga, serão postos para fora. Eles nos enojam".

Em entrevistas por telefone, das cidades em que moram na Inglaterra, Estados Unidos e Israel, membros do grupo dizem que eles foram mal compreendidos, que nunca negaram o Holocausto e que foram tentar proteger os judeus do ataque iraniano caso a guerra irrompesse no Oriente Médio.

"Nós sabemos o que fizemos, estamos cientes do valor daquilo que fizemos, e achamos que no curso do tempo isso será esclarecido", disse o rabino Ahron Cohen, um membro do Neturei Karta em Manchester, Inglaterra.

Quando Cohen retornou do Irã, ele precisou de proteção policial. Sua casa recebeu uma tempestade de centenas de ovos, sua janela foi quebrada por um tijolo e uma bola de bilhar, e ele continua sendo alvo de pedras, ovos e insultos na rua, disse ele. Na semana passada. Dois pneus do seu Volvo foram cortados, observou, e sua sinagoga fechou as portas para ele.

O Neturei Karta (em aramaico "Guardiães da Cidade") foi fundado cerca de 70 anos atrás em Jerusalém por judeus que se opunham ás ações para estabelecer o Estado de Israel, acreditando que somente o Messias poderia fazê-lo. Estimativas do tamanho do grupo avaliam de algumas centenas e poucos milhares.

Em décadas recentes seus membros destacaram-se protestando em conferências internacionais e em comícios pró-Israel, capitalizando uma publicidade garantida de judeus religiosos de chapéus pretos e barbas denunciando Israel.

Um deles atuou como conselheiro de Yasser Arafat para assuntos judaicos, e uma delegação viajou a Paris em 2004 para rezar pela saúde do líder palestino quando estava à beira da morte num hospital. Meses mais tarde, um grupo participou de uma conferência no Líbano com militantes do Hamas e do Hezbolá. ( Neturei Karta, agentes pagos pelo inimigo )

Durante anos, as principais correntes judaicas, religiosas e outros, tendiam a considerar os Neturei Karta como excêntricos. Então veio a conferência do Holocausto, na qual cinco membros do grupo roçaram ombros com gente que nega o assassinato nazista de seis milhões de judeus, membros da Klu Klux Klan, neonazistas, revisionistas e etc.

Em fotos publicadas ao redor do mundo, eles foram mostrados cumprimentando e abraçando Ahmadinejad, que se referiu ao Holocausto como um "mito" e pediu para Israel fosse varrido do mapa.

Os Neturei Karta dizem que nunca negaram o Holocausto ou suas conseqüências. Eles acreditam que Ahmadinejad tem sido injustamente caluniado e que eles deveriam ser louvados por convencê-lo de que sua raiva deveria ser dirigida a Israel, e não ao povo judeu.

"Nós sentimos que temos que fazer o que temos que fazer para salvar vidas de judeus, proteger o povo judeu da, D-s nos livre, catástrofe. Assim, temos que ignorar os efeitos do lado infeliz que aconteceu aqui," disse Yisroel Dovid Weiss, um rabino do Neturei Karta de Nova York que fez parte da delegação.

As comunidades judaicas ao redor do mundo ficaram furiosas.

Um rabino-chefe israelense pediu pelo banimento dos Neturei Karta das sinagogas. Em Nova York, onde vários membros da delegação vivem, centenas protestaram contra eles, que são freqüentemente atormentados com trotes telefônicos.

Os Satmars, um grupo hassídico e anti-sionista visto por alguns como seus primos espirituais, lamentaram numa declaração que "o sangue não vingado de milhões de vítimas judias grita de dor e repulsa para esses parias imprudentes. 'Como puderam descer a um nível tão baixo?'".

A comunidade judaica de Viena expulsou Moishe Arye Friedman, que viajou a Teerã com a delegação, mas não pertence ao Neturei Karta. Sua esposa decidiu deixá-lo depois de vê-lo numa foto beijando a face de Ahmadinejad.

"Grande parte dos judeus ortodoxos em todo o mundo perderam parentes no Holocausto," disse Jonathan Rosenblum, um analista das comunidades religiosas baseado em Jerusalém: O ato do Neturei Karta "tocou realmente o ponto nevrálgico”.

O rabino Avi Shafran, diretor de Assuntos Públicos da instituição ultra-ortodoxa Agudath Israel da América, declarou que a viagem dos Neturei Karta a Teerã foi a última gota d’água.

"Eles foram bem-vindos na comunidade por tempo demais. Ninguém tem mais paciência com eles”, disse ele. "Suas ações passaram dos limites".