terça-feira, 10 de maio de 2011

Al-Jazira, o verdadeiro "Facebook" das revoltas árabes

Venho me estranhando um tantinho com a Al Jazeera, a emissora do tirano do Catar, que é a queridinha dos ocidentais do miolo mole. Já escrevi mais de uma dezena de textos afirmando que é ela, não o FaceBook, a “mãe” das “revoluções”. No dia 1º de março 1º de março, comentando uma reportagem, escrevi o que segue:

A Al Jazeera merece ser acompanhada de perto. Um dos humanistas que têm um programa na emissora, com uma audiência estimada em 40 milhões de pessoas, é o xeque egípcio Yusuf Al Qaradawi, o principal líder da Irmandade Muçulmana no Egito. É aquele que acha que “pode até haver algumas mulheres que não concordem em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação.” Segundo ele, no entanto, “muitas mulheres gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer”.
“Ah, o Reinaldo e o Kadafi não gostam da Al Jazeera!”. Besteira! Quem gosta de Kadafi é Lula. Eu gosto dos fatos.

No dia 21 de março, escrevi um post cujo título era: “A Al Jazeera também vai participar dos ataques?”. Assim:

A ditadura do Catar resolveu se juntar aos esforços de guerra de EUA, França e Grã-Bretanha. Também participará da “expedição civilizadora” à Líbia para “proteger civis”. O emir Hamad bin Khalifa, dono do país e de tudo o que há nele - pessoa, animal ou coisa -, é tão democrático como qualquer líder da região. Deu um golpe no próprio pai! A decisão vem bem a calhar. A emissora Al Jazeera, que também é de Hamad, é a verdadeira “alma” daquilo que o cândido Obama chamou ontem de “revolução”! O Ocidente baba por ela. O Apedeuta deu uma palestra lá na semana passada, num seminário em que se discutiu justamente o levanta árabe - menos, evidentemente, no Catar… A Al Jazeera, dizem, é uma experiência de TV árabe que busca fazer jornalismo. Certo! Ela só está proibida de tratar de assuntos que digam respeito a seu país de origem.

Voltei
Eis que o jornal inglês Guardian revelou que o Catar esta fornecendo armas para os “rebeldes” líbios, fora de qualquer resolução da ONU ou acordo. Perante a comunidade internacional, eles ainda não são o governo do país. Pois Barack Obama, acreditem!, recebeu o tal Khalifa ontem e agradeceu publicamente a colaboração! Este homem é um ogro institucional. Arnaldo Jabor vai fazer mais um poema pra ele…

“O Catar não somente vem apoiando diplomaticamente [os rebeldes líbios] como também militarmente. E nós somos muito gratos ao trabalho excepcional que os cataris vêm fazendo com outros membros da comunidade internacional”, afirmou Obama. Khalifa, um monarca absolutista, agradeceu, a Obama o “processo de democratização” da Líbia. Santo Deus!

Ah, sim: o Catar integra as forças de intervenção do Bahrein para conter [a revolta d]os xiitas.

Nenhum comentário: